Infraestrutura urbana: como a construção civil auxilia no desenvolvimento das cidades

Você já imaginou a importância do papel da indústria da construção na infraestrutura urbana? Bem, se pensarmos que o setor movimenta mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, é responsável por 52,5% da formação bruta de capital fixo do Brasil e emprega cerca de 13% da força trabalhista, já temos uma visão clara sobre o grande impacto no desenvolvimento das cidades.

Afinal, a infraestrutura urbana é o conjunto de obras que serve como base para o funcionamento das cidades, formado pelas redes básicas de distribuição e condução. Em outras palavras, são todos os elementos que permitem que a população viva confortavelmente: por meio de rodovias e do sistema viário, da energia elétrica, da drenagem, da canalizações de esgoto, do gás e da água potável, entre outras facilidades.

Inclusive, boa parte desse mérito se deve à construção civil. Afinal, o setor contribui para o desenvolvimento de espaços urbanos desde o século XVIII, com a Revolução Industrial na Inglaterra. Desde então, os avanços são cada vez mais impressionantes — especialmente, devido às inovações tecnológicas.

Quer saber mais sobre como a indústria da construção contribui para o desenvolvimento das cidades? Confira nosso post!

Dados sobre a infraestrutura urbana

É claro que, quanto melhores as condições de atendimento das necessidades das pessoas, maiores as chances de uma cidade apresentar crescimento populacional acelerado.

No entanto, essa tendência da urbanização não é recente. A estimativa é de que, até 2030, o mundo atinja cerca de 8,2 bilhões de habitantes. Se voltarmos um pouquinho o histórico, essa é a representação que teremos:

ANO POPULAÇÃO
1804 1 bilhão de pessoas
1927 2 bilhões de pessoas
1959 3 bilhões de pessoas
1974 4 bilhões de pessoas
1987 5 bilhões de pessoas
1999 6 bilhões de pessoas
2011 7 bilhões de pessoas


De acordo com o mesmo artigo, a concentração de indivíduos nas áreas habitacionais só é possível graças ao trabalho feito em uma infraestrutura urbana.

Note que o aumento em bilhões de pessoas é registrado rapidamente e conforme melhores oportunidades aparecem, diminuindo os índices de mortalidade e também aumentando as expectativas de vida.

Infraestrutura urbana e construção civil: principais desafios

A influência da construção civil não é apenas econômica, mas também social e ambiental. Ao mesmo tempo em que os profissionais da área conseguem facilitar uma infinidade de questões, o mau planejamento e/ou a falta de investimentos são fatores que podem levar à direção contrária.

Os engarrafamentos, por exemplo, mostram que a infraestrutura urbana em certos pontos do perímetro não comporta a quantidade de veículos nas ruas em determinados horários.

Afinal, será que todos os moradores da sua cidade possuem o mesmo acesso ao transporte público, à água potável e à energia elétrica? As ruas são pavimentadas e as mais diversas moradias contam com sistemas de esgotamento sanitário e drenagem qualificados? Quais os impactos ambientais causados pelo setor e quantos deles poderiam ser evitados?

O déficit habitacional é um dos principais obstáculos enfrentados pelo Brasil. Segundo dados compartilhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente faltam mais de 7 milhões de unidades domiciliares.

Crescimento populacional dos municípios

A população necessita de novos serviços oferecidos pela área. Especialmente no que se refere a saneamento básico e todos os demais itens relacionados, que nascem a partir da construção de moradia.

Ainda considerando o contexto brasileiro, a infraestrutura urbana é um tema que demanda certa emergência. Isso devido à grande desproporção entre o planejamento habitacional e a taxa de urbanização dos municípios.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirma que “o momento exige uma nova visão para o ordenamento das cidades — uma visão em que o cidadão tenha voz ativa, aponte as prioridades e fiscalize a ação do poder público.”

Por outro lado, há alguns bons exemplos nacionais que podem servir de inspiração para os próximos anos.

Um deles é o Bus Rapid Transit (BRT), sistema de transporte coletivo que atende o Rio de Janeiro (RJ) desde 2012, contando com três linhas e 42 estações em funcionamento.

Outro é o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo Governo Federal em 2009 e desenvolvido em parceria com a Caixa Econômica Federal. Seu intuito é o de auxiliar famílias economicamente vulneráveis a conquistar a residência própria.

Possíveis soluções para a infraestrutura urbana

O ponto-chave para vencer os desafios relacionados à infraestrutura urbana das cidades brasileiras se dá através de um planejamento executado com inteligência. Não se trata de pensar futuristicamente, mas de aplicar com sabedoria os recursos já disponíveis a favor da qualidade de vida da população.

A construção civil tem cartas valiosas na manga para solucionar a infraestrutura urbana do país, especialmente se considerarmos o mercado imobiliário. Pense no que poderia ser feito — e que já é realidade em alguns países — com as inovações tecnológicas, o consumo de recursos naturais, a utilização de materiais sustentáveis e o gerenciamento de resíduos.

As leis que tratam o desempenho de edificações são boas formas de padronizar a atividade e salientar características vistas como indispensáveis para o consumidor, prezando por algumas necessidades básicas como acessibilidade, higiene e segurança.

A NBR 15575, por exemplo, tem a questão da sustentabilidade como uma de suas bases, abrangendo durabilidade, manutenibilidade e abalos ecológicos originários da obra.

Estes são apenas exemplos de como é possível pensar fora da caixa, aliando experiência e criatividade para obter resultados positivos em nome de todos os habitantes do Brasil.

O resultado disso? Uma cultura urbana que faz a diferença, estabelece sua visão de futuro e preocupa-se com o bem-estar do outro. Que monta o desenho da cidade não apenas de acordo com políticas públicas e interesses particulares, mas também analisando as reais necessidades da população, considerando os pilares fundamentais para a sua performance.

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