Na indústria da construção, assim como em muitos outros setores, planejamento é uma palavra de ordem contra o desperdício de tempo, dinheiro, mão-de-obra e materiais. As inovações tecnológicas e os novos desafios impostos pela economia nacional têm desafiado o mercado rumo à modernização e à ampliação da eficiência nos processos, o que demanda um foco ainda maior no planejamento de obras.
Notícias relacionadas a atrasos em obras são recorrentes. O Brasil ainda sofre com uma cultura em que o planejamento é pouco valorizado e desenvolvido.
Informações da Fundação Dom Cabral revelam que, no Japão, a montagem de cronogramas e a projeção dos custos de execução correspondem a 40% do tempo estimado para uma obra. Na Alemanha, esse número sobe para 50%, enquanto no Brasil, apenas 20% do tempo é utilizado nessas etapas preliminares tão importantes.
Aqui no blog, já falamos algumas vezes sobre a importância do gerenciamento de obras e como ele impacta positivamente no andamento da construção. Esse tema é fundamental e merece cada vez mais atenção por parte do gestor de obras, de empresas de construção e também dos gerentes de projetos e executores.
Para complementar o assunto, falaremos, hoje, sobre alguns procedimentos-chave para um bom planejamento, quais os erros mais frequentes nos canteiros de obras do Brasil e como eles podem impactar negativamente, resultando nos atrasos da obra. Confira!
1. O desenvolvimento do projeto
A primeira etapa do planejamento de obras passa pelo desenvolvimento do projeto. A equipe que faz isso é composta por diferentes profissionais, que precisam trabalhar juntos para criar o cronograma de cada etapa de execução da construção (uma tarefa meticulosa e que envolve compromisso com o orçamento disponível).
O resultado deve ser fruto do esforço de todos os profissionais, que precisam determinar a obra de acordo com inúmeros fatores, como tamanho das equipes, materiais, orçamento disponível, fornecedores e até mesmo as condições climáticas.
Um planejamento de obras bem executado desde a concepção do projeto evita atrasos e imprevistos. Por isso, investir tempo em seu desenvolvimento garante a exatidão na relação dos gastos.
2. Contratação de mão-de-obra
A contratação de mão-de-obra é um processo que envolve custos e toma bastante tempo do departamento de recursos humanos. Em busca de agilidade, muitas empresas falham na contratação de profissionais qualificados, gerando atrasos ao ter que repor profissionais.
Um bom planejamento passa pela seleção das pessoas certas para cada função. Descuidar desta etapa é um erro que afeta o gerenciamento da obra e dificulta o cumprimento do cronograma de execução.
3. Foco na comunicação
A comunicação é fundamental para que tudo seja bem feito. Se as pessoas não se comunicam com clareza, o planejamento sairá cheio de erros – no dimensionamento dos materiais, nas horas de trabalho e até nos gastos orçados.
Não há mais espaço para equívocos como esse. A comunicação empresarial, quando mal desenvolvida e com “ruídos”, traz grandes problemas e ainda pode causar atrasos. As equipes precisam estar em sintonia e trabalhar em projetos colaborativos para executar o planejamento da obra. A troca de informações enriquece a experiência de cada time e fomenta novas ideias, o que resulta em um planejamento de qualidade.
A melhor forma de otimizar a comunicação é apostar em soluções digitais de gerenciamento. As equipes precisam estar conectadas para compartilhar dados entre si. Como o uso de softwares que criem um ambiente virtual seguro para a troca de informações e documentos.
Adotar soluções tecnológicas é uma decisão que impacta diretamente no controle da comunicação e no gerenciamento das informações trocadas entre as equipes, ponto fundamental para supervisionar a execução do planejamento elaborado.
4. Controle financeiro
Dinamizar os gastos de uma obra é uma etapa complicada, afinal, quando se trata de dinheiro, a ordem, diante da atual situação econômica, é fazê-lo render. Isso significa reduzir gastos desnecessários, planejar custos adicionais, prever gastos com materiais, mão-de-obra, ferramentas e tantos outros itens envolvidos em uma construção.
É preciso ser rígido no controle dos gastos ainda na etapa do planejamento. Se o orçamento for incompatível com os custos, haverá falta de pagamento e de material, o que não é nada bom para o projeto e para as empresas envolvidas. No cenário inverso, com um orçamento dilatado, a falta de fiscalização pode gerar gastos desnecessários e fazer com que a obra custe muito mais do que o previsto.
Descuidar do planejamento financeiro pode ser péssimo para a empresa. Para que não haja quebras de expectativa com esses parceiros, é interessante dar muita atenção à forma como o dinheiro será utilizado na execução da obra.
Erros no projeto, na contratação de mão-de-obra, na gestão financeira e na comunicação são apenas alguns deslizes que podem gerar atrasos em obras. A conclusão é de que todos esses problemas podem ser resolvidos – ou, pelo menos, atenuados – com a execução de um planejamento consistente e que seja elaborado com base no trabalho em equipe e no uso da tecnologia como ferramenta para controle e otimização de processos.
É preciso zelar pelo planejamento de uma obra. Ela é reflexo de um bom trabalho de gestão por parte da empresa responsável e demonstra comprometimento dos gestores com o projeto e com o investimento feito para sua execução.