A terceirização e a subcontratação são realidade na indústria da construção no Brasil e fatores de competitividade importantes para as construtoras. Mas para que os resultados positivos dessa estratégia sejam notados é necessário garantir uma gestão de terceiros eficiente.
O objetivo é neutralizar problemas geradores de conflitos entre as partes, como o descumprimento de cláusulas contratuais,a cobrança de serviços extras não descritos no contrato inicial e a má qualidade dos serviços executados.
A terceirização é o processo através do qual as empresas transferem para terceiros suas atividades-meio e atividades-fim, seguindo legislação vigente. Já a subcontratação refere-se à transferência de atividades especializadas durante etapas do processo produtivo.
Para se ter uma ideia da importância da terceirização para a indústria da construção, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que mais de 63% das empresas do setor utilizaram serviços terceirizados ao longo de 2016.
O principal motivo para esse tipo de contratação, apontado por quase 90% dos entrevistados, é a redução de custos operacionais. Para muitas construtoras não faz sentido manter em seus quadros uma equipe de pintores que irá atuar apenas na etapa final da obra, por exemplo.
Confira a seguir como utilizar essas formas de contratação de modo seguro e dicas para melhorar a gestão de terceiros dentro de sua empresa:
1 – Seja criterioso na hora de selecionar um empreiteiro
Possíveis ganhos obtidos com a terceirização podem se perder por completo diante de uma má contratação. Por isso, antes de fechar negócio com uma prestadora de serviços, é recomendável ter cautela.
Em especial no caso de serviços subempreitados, a construtora deve se certificar de que a subempreiteira a ser contratada possui mão de obra fixa, treinada e em quantidade suficiente para fazer o serviço no prazo combinado e com a qualidade desejada.
2 – Faça contratos claros
Um ponto extremamente importante na gestão de qualquer contrato é estabelecer regras claras previamente. Por isso, garantir clareza dos termos do contrato é tão importante. Tal documento deve abordar questões objetivas, normativas e legais. Esse é o primeiro passo para ter uma parceria de sucesso e de longo prazo.
O contrato pode prever a aplicação de penalidades quando o contratado não cumpre suas obrigações, evitando discussões posteriores sobre a legitimidade deste tipo de sanção. Da mesma forma, pode prever o pagamento de bônus ao subempreiteiro diante do atingimento de metas pré-estabelecidas.
3 – Estabeleça alianças sólidas e de longo prazo com seus terceiros
Conquistar a confiança de fornecedores e subempreiteiros é algo positivo para todas as partes envolvidas. As taxas de sucesso tendem a ser mais altas e há uma diminuição de riscos considerável.
Fazer consultas aos fornecedores e subempreiteiros ainda na fase de planejamento pode criar oportunidades para ajustes e aprimoramentos provindos da experiência da empresa executora, do tipo de serviço a ser executado ou matéria-prima envolvida..
Além disso, a participação de empresas terceirizadas no planejamento de atividades tende a gerar um maior comprometimento com as programações e prazos estabelecidos.
Lembre-se que um ambiente colaborativo estimula melhorias internas e a inovação tecnológica. Ajuda muito nesse sentido o uso de softwares e aplicativos que auxiliam na gestão, colaboração e compartilhamento de projetos, bem como de ferramentas de comunicação mais sofisticadas e seguras.
4 – Acompanhe sistematicamente seus colaboradores terceirizados
É importante acompanhar o cumprimento dos acordos estabelecidos com os terceiros. Isso pode ser feito via tarefas rotineiras (como a verificação de documentações) ou mesmo por auditorias in loco nas obras. A ideia é acompanhar de perto se os procedimentos estabelecidos estão sendo seguidos. Em caso de não conformidades, a correção deverá ser exigida imediatamente.
5 – Diminua riscos legais para sua empresa
A insegurança jurídica e possíveis passivos trabalhistas são as maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas da construção que contratam serviços terceirizados. Vale ressaltar que, além dos aspectos objetivos de contratação (escopo, prazo, custo e qualidade), é importante ter um cuidado especial com os aspectos legais e regulatórios da terceirização.
A contratante, no caso a construtora, tem responsabilidade solidária e/ou subsidiária sobre o contratado. Nesse contexto, torna-se fundamental o controle de registros dos terceirizados, incluindo contratos sociais, retenção de INSS, FGTS, PPRA, PCMSO, atestados de saúde, cartões de ponto, entre outros.
Em curto prazo, estar em conformidade para fiscalizações de rotina dos órgãos trabalhistas evita multas. A médio e longo prazo, garante que os registros dos terceiros estejam disponíveis para qualquer discussão jurídica.
A boa notícia é que a tecnologia da informação pode ser, mais uma vez, uma aliada importante das empresas construtoras na gestão de seus terceiros, garantindo o controle de toda a documentação de fornecedores e colaboradores da obra.
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