Entenda a importância de um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil

O setor de construção civil movimenta consideravelmente  a economia nacional, representa hoje aproximadamente 8% do PIB, de acordo com o Governo Federal, gerando empregos e expandindo o setor imobiliário. Apesar dessa representatividade, existe uma preocupação que atormenta os engenheiros em todo o Brasil: como melhorar o plano de gerenciamento de resíduos?

Essa dúvida é comum no setor, especialmente porque o volume de resíduos sólidos gerados no setor de construção civil é elevado. Essa quantidade de materiais afeta o meio ambiente, coloca colaboradores em risco e gera alto custo de descarte.  

Para se ter ideia do tamanho deste problema, os resíduos podem representar de 50% a 70% do material desperdiçado em áreas urbanas. Os dados são da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon).

Além do prejuízo à sustentabilidade, dar um destino correto ao entulho faz parte da legislação e deve ser um ponto de atenção entre os responsáveis por uma construtora. Um plano de gerenciamento de resíduos bem executado pode evitar muitos problemas, principalmente as multas ambientais.

Ele deve contemplar todo o ciclo dos materiais, desde a separação dos resíduos (dentre os entulhos existem materiais que são facilmente recicláveis, como vidros, plásticos e metais) até o planejamento da logística para retirá-los do canteiro de obras e transportá-los para as usinas de reciclagem.

Quer saber como descartar esses resíduos com responsabilidade legal e ambiental? Leia e descubra como você pode se livrar do entulho gerado em suas obras.

O que a legislação determina?

Para evitar problemas legais, uma construtora deve fazer um Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Esse planejamento indica a quantidade de materiais descartados e a melhor maneira de dar um destino correto aos resíduos.

Esse plano faz parte do atendimento à resolução 307 do CONAMA, que estabelece que os entulhos gerados na obra precisam ser destinados adequadamente. Esse descarte é de responsabilidade do gerador, ou seja, da empresa realizadora da obra.

A resolução também determina que os projetos de construção só serão aprovados pelas prefeituras caso tenham um PGRCC. Nesse plano, o construtor precisa determinar a quantidade de todos os resíduos por classe, como e onde serão descartados.

Essa exigência visa garantir que tudo será feito de modo ambientalmente correto. Caso uma empresa não destine os entulhos adequadamente, estará cometendo um grave crime ambiental e pode ser punida.

Por que fazer um plano de gerenciamento de resíduos?

Muitos engenheiros se perguntam quais são as razões para fazer um plano de gerenciamento de resíduos em uma obra. O fato é que existem diversos motivos, vários deles ultrapassam a barreira legal, o risco de multas e envolvem a preservação do meio ambiente e o legado que pretendemos deixar para as próximas gerações.

A construção civil é uma atividade extremamente impactante, por isso, é fundamental que as empresas pensem em sustentabilidade e fomentem ações que visem reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Ser sustentável é uma maneira de cuidar do futuro do planeta, cumprir a lei e economizar recursos.

1. Respeito ao meio ambiente

Os resíduos da construção civil, quando descartados incorretamente, causam grandes problemas ao meio ambiente. Isso acontece com a poluição de rios e córregos nas cidades, contribuindo para  enchentes que afetam boa parte da população.

Gerenciar os resíduos da construção civil é uma forma de manter o desenvolvimento do país e ao mesmo tempo sem ser prejudicial a sustentabilidade.

2. Maior responsabilidade social

O entulho de uma obra particular pode afetar a vida de quem não tem relação alguma com a construção. O resíduos mal armazenados podem acumular água e se tornarem foco de  insetos causadores de doenças como febre amarela, dengue, entre outras.

Além disso, quando uma construtora faz o descarte de forma inadequada, existe a necessidade de que o poder público faça a limpeza do local para preservar a saúde da população. Com isso, o governo deixa de aplicar os recursos públicos em outras áreas mais urgentes.

Esse descarte incorreto, além da possibilidade de causar danos físicos aos cidadãos comuns, polui o visual das cidades. Isso acontece porque os resíduos são depositados em áreas clandestinas, geralmente próximo às rodovias.

3. Mais segurança aos trabalhadores

O gerenciamento adequado dos resíduos garante mais segurança aos trabalhadores da obra. Quando o descarte correto deixa de ser uma preocupação, os trabalhadores ficam expostos de diversas maneiras no canteiro de obras, como:

– Agentes físicos

Com o descarte incorreto existe o risco de exposição ao ruído, infrassom, ultrassom, temperaturas extremas, vibrações, pressões anormais e radiações. Essa exposição pode causar cansaço, irritação e até mesmo queimaduras ou doenças mais agressivas a longo prazo.

– Agentes químicos e biológicos

Os resíduos podem ser agressivos através de agentes químicos, como poeira, fumos, neblinas e névoas, gases ou vapores. Além disso, fungos, bactérias, parasitas e protozoários podem afetar os trabalhadores. Esses dois agentes causam sérias doenças como infecções, irritações e contaminações.

– Riscos de acidentes

Quando os resíduos estão dispostos de maneira inadequada, cresce o risco de acidentes de trabalho. Isso acontece porque os trabalhadores precisam fazer um esforço maior para contornar entulhos, o que pode gerar imprevistos e risco à saúde.  

4. Grande economia

Segundo informações da Abrecon, cerca de 70% do lixo sólido oriundos da construção civil poderiam ser reciclados. Ou seja, cerca R$8 bilhões por ano são desperdiçados pela falta de reciclagem. Esses números indicam que as construtoras estão desperdiçando recursos financeiros com o lixo, quando poderiam reaproveitar materiais e gerar mais rentabilidade. Estabelecer um plano de gerenciamento de resíduos também pode ser uma saída para economizar e poupar o meio ambiente.  

Além dos resíduos da construção, a utilização inteligente de água e energia elétrica contribuem com uma grande economia no valor final da obra. Existem muitas formas de reaproveitar a água no canteiro, muitas vezes em ações simples do dia a dia.

Conclusão

Agora você já sabe da importância de ficar atento ao gerenciamento dos resíduos da construção civil, especialmente qual o impacto que pode gerar ao meio ambiente, sociedade e a uma construtora. Muitos engenheiros já entenderam a importância desse descarte, mas qual o ponto de partida? Planejamento é sempre o primeiro passo para um gerenciamento eficiente.

Quer saber por que o planejamento é tão importante para o setor de construção civil? Acompanhe mais um de nossos conteúdos e saiba porque isso é tão relevante!

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