A sociedade está passando por uma mudança no jeito de viver e consumir, se preocupando cada vez mais com a sustentabilidade. No setor da construção civil, uma das tendências que visa diminuir o impacto ao meio ambiente é a biomimética.
O desperdício, o excesso de lixo gerado e o alto gasto de energia elétrica são alguns dos problemas causados pela indústria da construção. Para mudar o cenário, é preciso pensar em soluções que sejam eficazes, economicamente viáveis e sustentáveis ao mesmo tempo.
Além de ser uma questão ética, as construções ecológicas e que causam menos danos ao meio ambiente vêm se tornando uma exigência por parte dos clientes. Assim, para que uma construtora se mantenha competitiva, adotar práticas sustentáveis na construção civil é uma necessidade urgente.
Porém, existem diversas formas de construir um empreendimento que gere menos impacto ambiental e seja mais harmônico com a natureza. Uma delas é a arquitetura biomimética.
O que é a biomimética?
A natureza é auto sustentável, ou seja, nada é rejeitado ou inutilizado. Tudo faz parte de uma cadeia e existe harmonia entre os ecossistemas. É nessa ideia que a biomimética se baseia: entender e replicar as soluções naturais às diversas áreas de conhecimento.
O termo biomimética é derivado do grego bios, que significa vida; e mimésis, que significa imitação. Apesar da técnica científica ser considerada moderna, suas aplicações remontam há séculos, quando os humanos observavam o funcionamento de todas as estruturas da natureza e as recriavam.
Vários setores da sociedade utilizam conceitos naturais para criar ou melhorar produtos. O conceito do avião, por exemplo, partiu de uma observação dos pássaros e de como eles fazem para voar longas distâncias, gastando menos energia.
Como funciona a biomimética na construção civil?
O objetivo principal da biomimética no setor da construção civil é criar empreendimentos sustentáveis e inteligentes por meio do estudo e da réplica ou inspiração das soluções da natureza.
Assim, as construções têm uma maior funcionalidade, gastando menos energia elétrica e gerando menos resíduos e impactos ao ambiente em que ela está inserida. E, por mais que se assemelhe em alguns pontos, a biomimética é diferente da bioarquitetura.
Para alcançar os objetivos da biomimética, não é preciso ir tão longe. Por vezes, o ideal é se inspirar em um ecossistema ou ser vivo da própria região em que a obra será construída; pois após anos de evolução, possuem estratégias únicas para sobreviver ali.
É o caso, por exemplo, do projeto do Votu Hotel, na Bahia. Nele, os profissionais puderam se inspirar no sistema de troca de calor no bico do tucano para solucionar os problemas de superaquecimento na cozinha. Para isso, foi implementada uma laje jardim que mantém a temperatura agradável no ambiente e reduz o gasto com climatização.