Aditivos para concreto são produtos que adicionamos ao concreto ou a argamassas para modificar suas propriedades físicas. Sobretudo, são utilizados para adaptar a mistura de cimento, água, areia e brita com base no resultado almejado em uma obra.
Podem servir para diversas finalidades distintas, dependendo do objetivo da construtora, como veremos a seguir!
Para obter todas as vantagens possíveis relacionadas aos aditivos para concreto, é essencial estudar e entender em detalhes as especificidades da obra. Afinal, só assim será possível escolher o aditivo ideal para cada situação!
Continue a leitura para entender melhor.
Aditivos para concreto: principais tipos e funcionalidades
Segundo a NBR 11768:2011, aditivo é o produto adicionado durante o processo de preparação do concreto. Em quantidade não maior que 5% da massa de material cimentício contida no mesmo. O objetivo principal é claro: modificar suas propriedades no estado fresco e/ou no estado endurecido.
A norma da ABNT classifica os principais aditivos para concreto de acordo com suas aplicações na construção civil:
- Tipo P: funciona como plastificante ou redutor de água;
- Tipo A: acelera o tempo de pega;
- Tipo R: retarda o tempo de pega;
- Tipo PR: é usado como plastificante e retardador do tempo de pega;
- Tipo PA: é usado como plastificante e acelerador do tempo de pega;
- Tipo IAR: cumpre a função de incorporador de ar;
- Tipo SP: é um superplastificante (mínimo 12% de redução de água);
- Tipo SPR: é um superplastificante retardador do tempo de pega;
- Tipo SPA: é um superplastificante acelerador do tempo de pega.
Assim sendo, além dos aditivos para concreto classificados pela norma da ABNT, existem os aditivos conhecidos como especiais – cuja utilização se destina a casos mais específicos. As funções mais comuns destes incluem:
- Alteração de viscosidade;
- Inibição da corrosão;
- Redução da permeabilidade capilar;
- Preparação de concreto extrusado e vibro-prensado;
- Redução e compensação de retração por secagem;
- Redução da reação álcali-agregado e a retenção de água.
A eficácia de cada tipo dependerá, de fato, da quantidade acrescentada ao concreto, do tipo de cimento, da temperatura do ambiente e dos materiais utilizados para a preparação da mistura cimentícia.
A classificação dos aditivos para concreto variam de acordo com a função que desempenham. Descubra mais abaixo!
Incorporadores de ar
São aditivos responsáveis por reduzir a tensão superficial da água através da criação de micro-bolhas que aumentam a resistência do concreto. Diminuem o atrito entre os sólidos e tornam o material mais uniforme. Contribuem, ainda, para acabamentos com mais qualidade e minimizam os efeitos do fenômeno gelo-degelo.
Indicações: concretos pobres em material fino, para pisos de câmaras frigoríficas, leves e celulares e na produção de misturas fluidas.
Plastificantes ou redutores de água
São formados por moléculas com extremidades laterais com superfícies positivas e cargas negativas. A primeira se prende aos grãos de cimento ao mesmo tempo em que a segunda permanece exposta ao meio. A repulsão que ocorre entre as cargas negativas torna o cimento mais maleável.
Portanto, aditivos para concreto dos tipos P, PF e SP possibilitam que misturas sejam preparadas com menos água, sem perder a trabalhabilidade. Aumentam, ainda, a trabalhabilidade sem precisar do acréscimo de água.
Indicações: diminuir o consumo de cimento, melhorar o abatimento.
Aceleradores
São aditivos para concreto que aceleram o tempo de pega.
Os aceleradores facilitam as reações iniciais de hidratação e endurecimento. Além de diminuir o tempo de dissolução de cal, sílica e alumina. Por isso, a moldagem do concreto pode ser feita em temperaturas mais baixas, o que reduz o tempo de acabamento de projetos.
Indicações: pré-moldados, pavimentação, projetos que usam a tecnologia fast track.
Retardadores
São aditivos para concreto que atrasam o tempo de pega, retardando a osmose da água e flexibilizando o tempo de trabalhabilidade e acabamento da mistura de concreto ou argamassa.
Indicações: aplicações complexas em climas quentes, concretagens longas e de grande volume.
Superplastificantes
São mais potentes que os aditivos plastificantes e, por isso, as dosagens utilizadas são menores. Além da repulsão eletrostática devido à carga negativa da extremidade, também afasta as partículas de cimento por repulsão estérica. Os períodos de eficiência variam entre 30 minutos e uma hora e meia.
Por serem mais caros que os plastificantes e terem campo de aplicação limitado, não são viáveis para quem busca a redução de custos da obra.
Indicados para: produzir concreto auto-adensável ou de alta-resistência.
Mas afinal, o uso de aditivos para concreto vale a pena?
A inclusão de aditivos no preparo das misturas de concreto não é obrigatória. Ainda assim, muitos profissionais da área os veem como indispensáveis para construtoras que desejam trabalhar com mais qualidade e menos custo.
O coordenador do laboratório de concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Rubens Curti, acredita que não se pode obter concretos econômicos e de boa qualidade sem a presença de aditivos.
Para ele, muito embora a ausência dos aditivos para concreto na composição da mistura não torne o produto menos resistente, o consumo certamente será maior, encarecendo a obra.
Apesar disso, é importante atentar para algumas possíveis desvantagens dos aditivos para concreto. Principalmente no que diz respeito ao seu uso, por exemplo:
- Incorporador de ar: necessita de controle minucioso na porcentagem do ar incorporado e do tempo de mistura;
- Superplastificante: oferece riscos de segregação da mistura e pode aumentar a perda de consistência;
- Retardadores: pode ampliar a retração plástica do concreto ou promover exsudação.
Independentemente da escolha pelos aditivos ou não, torna-se necessário estudar os prós e contras de sua aplicação. Levando em conta a obra em si, os gastos e a qualidade do resultado final!
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