Nos últimos anos, as inovações na indústria de construção cresceram de forma tão significativa quanto peculiar no Brasil. Se entre 2007 e 2014 o setor alcançou importante crescimento, impulsionado pelo aumento da demanda e pela consequente valorização dos empreendimentos, por outro lado, neste mesmo período, desenvolveram-se problemas igualmente significativos do lado da oferta.
Segundo estudo recente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) em parceria com a empresa de consultoria EY, antiga Ernst & Young, entre 2007 e 2012 a inflação no setor mostrou-se superior ao aumento geral dos preços no país.
Na mesma época foi registrado aumento no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e, apesar do crescimento da receita líquida por parte da maioria de grandes construtoras e incorporadoras do Brasil, os custos de implementação, por sua vez, tornaram-se cada vez mais altos, incluindo taxas que, segundo o Ranking ITC (Inteligência Empresarial da Construção) chegaram a um patamar de percentuais superiores aos de crescimento das receitas.
Hoje, além dos custos crescentes e do inevitável impacto na margem de lucro das empresas de construção, somam-se gargalos de mão de obra e infraestrutura, prazos de entrega com limitações de conclusão, restrições de recursos e dificuldades constantes de gestão de negócios. Problemas muitas vezes habituais para quem trabalha no setor, mas nem sempre de fácil resolução.
Mas o que essa análise nos permite afirmar? Basta ser um pouco analítico: estamos diante de uma demanda urgente por inovações na indústria de construção que busquem a otimização da produtividade do setor. E é justamente para essa demanda que empresas líderes estão direcionando seus esforços. Mais qualidade em menos tempo e com menos investimento. Seria a solução para burlar a instabilidade econômica?
Seja como for, algumas dessas tendências já estão sendo utilizadas por grandes empresas do setor e têm se destacado:
O uso de inovações na indústria de construção
Entre as principais inovações na indústria de construção e muito relacionada ao aumento da produtividade no setor está a adoção de dispositivos móveis e soluções de automatização de controle de obras.
Graças à implementação de uma experiência digital, por meio de dispositivos móveis, a organização de empreiteiras, construtoras e incorporadoras têm observado uma melhora considerável na gestão de processos, no planejamento e no controle de execução e qualidade de projetos; mesmo após o término do empreendimento.
Reunindo uma série de vantagens, diversos softwares foram desenvolvidos com exclusividade para a construção civil e têm se mostrado particularmente eficazes no gerenciamento das obras, sendo ideais para quem objetiva ter informações de qualidade para maior assertividade nas tomadas de decisão, maior agilidade nos processos, redução de custos e até mesmo melhorias na sustentabilidade ambiental do projeto.
Entre os benefícios específicos destacam-se:
- Otimização do processo de gestão de qualidade das obras;
- Gestão das equipes em campo (auxiliando também na área de segurança do trabalho);
- Atualização do andamento da obra, a diminuição de perdas;
- Precisão de custos de mão de obra;
- Acompanhamento da vistoria e entrega de chaves dos empreendimentos;
- Controle dos serviços de assistência técnica;
- Entre outros dados que podem ser organizados e facilmente acessíveis para equipe de planejamento, gestão e demais envolvidos.
Otimização de processos e modelos de gestão
Já ouviu falar em Lean Construction? Trata-se de um sistema de construção baseado no paradigma de redução de desperdícios que ficou conhecido como modelo Toyota de produção.
Pesquisas recentes mostraram que a adoção de melhorias no método de gestão representa hoje uma das principais alavancas utilizadas no mercado para melhorar a produtividade no canteiro de obras.
Embora já venha sendo aplicado gradualmente e seja referência em países como Estados Unidos e Inglaterra, o método lean está entre as inovações na indústria de construção no Brasil que têm apresentado melhor desempenho.
A filosofia lean é objetiva e baseada nas atividades de fluxo e em critérios de valor. A proposta é melhorar o processo removendo as ineficiências, implantando a auto-inspeção e a inspeção sucessiva, a redução da logística e suas ineficiências, a melhoria do layout e a eliminação do tempo ocioso de processo, além da tomada de providências dentro dos próprios projetos, visando focar no que realmente funciona para o cliente final e, assim, reduzir custos de investimento.
Sustentabilidade como investimento
Não é novidade que o tema tem sido há alguns anos o principal foco das inovações na indústria de construção. Por englobar diversos setores industriais, é assunto recorrente em mídias , norteando ainda parte considerável das pesquisas desenvolvidas no universo acadêmico.
Tamanha importância se fundamenta pelo fato de o setor ser responsável, de acordo com dados de 2014 do Sinduscom (Sindicato da Indústria da Construção Civil) por cerca de 70% dos resíduos gerados nos principais centros urbanos do Brasil.
Soma-se a isso a previsão de que até 2030 91,1% da população brasileira esteja vivendo em centros urbanos e, considerando que o número de habitantes por domicílio tende a ser cada vez menor.
Se confirmada a previsão, haverá uma demanda crescente por mais construções e, consequentemente, por materiais associados ao processo de edificação e operação desses empreendimentos, tornando evidente a necessidade, por parte do setor, de desenvolver e adotar soluções com uma postura cada vez mais sustentável.
A gestão adequada de todas as informações e etapas do empreendimento permite que as ações sejam projetadas para uma agenda de trabalho mais sustentável, com economia de água, energia, redução de perdas, diminuição do CO² lançado pelas operações logísticas e até mesmo o controle adequado do descarte dos resíduos.
Outra tendência que merece destaque é realização de formações e capacitação de equipes e stakeholders sob um viés de maior preocupação ambiental, de modo a criar uma identificação maior da sustentabilidade como um investimento, não como custo adicional.
Eficiência na execução de projetos
Entre as empresas que buscam a otimização da produtividade no setor, observa-se uma preocupação vigente em melhorar a sincronia entre empreendimento e fluxo de materiais.
Visando assim a eliminação de atividades que não agregam valor, uma melhor gama de fornecedores e, inclusive, práticas para melhor filtragem de compras. Em geral, medidas que tendem a acompanhar um modelo gestão mais enxuto (lean).
Além disso, os materiais utilizados no canteiro de obras também têm sido substituídos por soluções cada vez mais eficientes. A modernização dos equipamentos, como o uso de gruas flexíveis e elevadores mais rápidos são exemplos de como simples mudanças impactam no resultado final.
Ainda visando otimizar a produtividade da obra, métodos construtivos mais modernos como vigas pré-moldadas, alvenaria estrutural e estruturas metálicas, estão ganhando espaço nos canteiros de obra otimizados.
Inovações na indústria de construção devem manter o foco em produtividade
Com previsões favoráveis para 2017, a indústria de construção deverá manter o foco na otimização da produtividade e na redução de riscos graças ao aporte trazido por modelos de negócios e novas tecnologias como os softwares de gestão de obras.
O Mobuss Construção, software de mobilidade para construção, foi desenvolvido para recolher, em tempo real, dados que servirão como subsídio para redução de custos, sustentabilidade ambiental e tomadas de decisão com mais qualidade e agilidade.
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